quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Chá Natural, capítulo 4


 -Estou tão preocupada com números, com dinheiro, em ser uma boa mãe e uma pessoa e funcionária cada vez melhor, e isso só me traz alienação. Porque me foco em coisas inúteis, pelas quais não serei, não sentirei. A verdade é que sinto e logo existo. E eu não tenho existido a tanto tempo.

Mari sorri feliz pela sua nova amiga, então lhe diz recepitivamente:

-Bem-vinda a vida novamente! -e a abraça

Até que desaparece.

Lis está na sala com seu filho, eles brincam de cócegas, comem pipoca e assistem a um filme juntos.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Chá Natural, capítulo 3

Capítulo 3

 Ainda chovia, e a água quente caia do chuveiro como a água fria caia do céu lá fora. Dava para ver o céu da janela do banheiro de Mari, uma parte do vidro estava quebrada.

E Lis se entrentera um pouco com isso, terminou seu banho, pelo qual era grata, estava agora com seu corpo quente e roupas secas. Destrancou a porta e agradeceu a bondosa pessoa com quem encontrara na rua por ter sido tão gentil. Isso tudo ao aroma de um chá, chá natural, o qual Lis costumava tomar quando pequena.

-Obrigada, Mari, por estar sendo tão gentil, doce e complascente. É inacreditável a begnidade de um ser como tu és.

-Encanta-me as palavras, senhorita- ela disse servindo o chá -as usa bem. Fico grata, obrigada!

- De nada, querida.

As duas ficaram em silêncio, por uns instantes só se escutou o barulho da chuva, e o vapor que suas canecas quentes exalavam. Estavam sentadas ao chão, em almofadas.

Mari estava encostada na parede, olhava para o chá e todas as lembranças que ele lhe trazia, olhou a admirável garota, que segurava seu chá e sentada de perna de índio observava através da janela o cair dos pingos.

Resolveu interromper o silêncio.

-Sabe -respirou- eu deveria estar no trabalho agora -disse isso, contudo não soava preocupada.

A garota lhe olhou.

-Mas quando senti sua essência e olhei dentro dos seus olhos, eu senti que deveria estar aqui, eu senti que seria diferente, eu senti, e isso era tudo que eu precisava.

O mundo lá fora chove, e ninguém te chama pra dançar na chuva, todos apenas reclamam, e seguem suas vidas. E é o que tenho feito há tanto tempo… -ela olhou para cima, seus olhos cediam.- e quando eu olho pra trás, não tenho orgulho do que me tornei.

Um olhar terno era sua resposta.

-Eu tinha tantos sonhos… - e aqui foi o estopim, como o céu chorou, assim também o chuveiro e tão logo Lis. Ela ia se encolhendo.
Mari por sua vez se aproximou e deu a mão. Isso deu-lhe calma para respirar e forças para continuar.

-Quando vi você Mari, é como se visse a mim mesma no passado, cheia de sonhos e vida, ânimo, perseverança mesmo em tempo chuvoso. E isso me resgatou -ela disse sorrindo- eu lembrei de quem eu realmente era, quem eu realmente queria ser, e meu propósito. O tempo passa, os propósitos mudam, e eles precisam mudar. No entanto a essência, ah, ela nunca muda!

domingo, 28 de janeiro de 2018

Chá Natural, capítulo 2











Capítulo 2

-Que dia péssimo.

Chovia, e aquele dia eu lembrará de levar guarda-chuva, embora adorasse sentir as formas como os pingos caiam na minha pele e molharam minha roupa. aquela garota parecia não gostar, então ofereci-lhe uma carona embaixo do meu guarda chuva.

Com a cara um tanto quanto amarrada aceitou.

-Está melhor agora? -Perguntei.

Olhou-me de cima abaixo e disse:

-Não faz mais que obrigação!

É claro que fiquei um tanto chateada, posso me definir com uma pessoa sensível, talvez eu seja um castelo de cartas, o vento sopra e derruba, mas sempre estarei reconstruindo. Me reconstruindo. E foi o que tentei, observando os pingos do guarda-chuva escorregando e caindo. Senti imensa vontade de senti-los. A chuva aumentava a cada tic-tac do relógio e o vento corria. Não resisti e deixei de me esconder do que tempo e os céus proporcionavam a mim. Entreguei o guarda-chuva a garota, e pus me fora. E encontrava-me ali. Meio a uma rua de quadriculados brancos, bancos e flores com gotas, borboletas costumavam voar por ali.

-O que está fazendo?

Meus neurônios agitam-se no hipotálamo e o início do filme “Minha vida sem mim” se passa. O som das gotas caindo, uma filmagem escura com um tom azulado.

“Esta é você.
De olhos fechados, na chuva.
Nunca pensou que fosse fazer algo assim.
Você nunca se viu como… não sei como descreveria, como uma dessas pessoas.. que gostam de olhar para a lua, ou que passam horas contemplando as ondas, o pôr-do-sol, ou…
Deve saber de que tipo de pessoas estou falando.
Talvez não saiba.
Seja como for, você gosta de ficar assim… lutando contra o frio, e… sentindo a água penetrando sua camisa, e tocando sua pele.
E da sensação do chão ficando fofo sob seus pés, e…
Do cheiro.
E do som da chuva batendo nas folhas.
De todas as coisas que estão nos livros que você não leu.
Essa é você.
Quem teria imaginado?
Você.”

Volto a mim, a ela, a resposta.

-Lutando contra o frio, e sentindo a água penetrando em minha camisa e tocando minha pele.

-Olha…

Me inspirei a criar meu próprio roteiro.

-Sentindo o cheiro da chuva. Dela misturada com a terra em algum lugar onde a natureza prevaleça, sentindo certo vapor exalando do chão e em como a sensação de gelo é boa. Estou ouvindo as nuvens chorarem, sem saber se é de tristeza ou alegria.

-Provavelmente seja de tristeza, agora tome! Não quero que se enxarque, posso ligar para algum táxi ou até um uber. -Ela disse me entregando o guarda-chuva.

-Não -toquei em sua mão e devolvi a ela. Ela não aceitou. Deixou que ele caísse. E me fitava, não com rancor mas com certa curiosidade. 

Olhei ao chão, ela também.

- Me desculpe por ter derrubado -ela disse se abaixando para pegar o objeto.

- Não! -exclamei- pelos teus olhos parece que quer inundar-se. -fiz uma pausa- inunde-se comigo.

E assim fizemos, Lis que logo depois descobri ser o nome dela ficou um bom tempo com o rosto ao céu recebendo seu presente. Eu havia sentado. Ora ou outra alguma pessoa passava e nos olhava. Dava para se ouvir um som de violão ao fundo.

Com passos leves começamos a se entender em pequenos movimentos que tão logo viraram uma dança. Admirei como ela era boa com aquilo.

Depois de alguns passos o Sol ousava nascer outra vez. Sentamos no banco, mesmo que úmido e tentamos assistir ao show.

Elogiei os passos e ela me contou que fazia dança contemporânea. Aproveitou também o diálogo para se desculpar por ter me dito aquilo quando eu havia lhe oferecido o guarda-chuva. Disse que era a fome.

-Hoje é seu dia de sorte! Não moro muito longe daqui, pode ir comigo a minha casa, faço um café e te empresto roupas secas.

Não foi de início que ela topou, senti um receio e hesitação. Contudo entendia.

- Não te farei nada

-Que isso! Obrigada pela preocupação, mas não precisa, não quero atrapalha.

-Não! Sem problema algum! Fique livre para decidir -disse Mari.

-Parece que hoje é o seu dia de sorte também pois terá uma companhia para ir para casa. - E sorriu meigamente à Mari, que lhe respondeu com palminhas.

E elas caminharam pelas ladrilhas do centro da cidade, ora perguntavam sobre gostos, ora cantavam músicas que descobriam apreciar similiarmente, andavam como se fosses almas unidas por vidas passadas, só esperando para se rever e se renovar. Como se fossem duas pessoas que estivessem predestinadas a se conhecer.

Chá Natural, capítulo 1

Capítulo 1

O nome dela é Mari e ela veio a Terra, para sentir a terra. Talvez já tenha explorado a lua e sentido sua textura rochosa, quem sabe se deliciado em Marte, vivendo anos de 687 dias, e experimentado temperaturas que oscilam entre 20ºC e – 130ºC. Sentindo o forte vento em Netuno batendo em sua pele e deixando seu nariz vermelho, levantando o seu corpo e a levando as alturas, ao toque das nuvens. Feito uma corrida nos anéis de Saturno e aproveitado para escorregar. Dividido histórias com vários habitantes conhecidos em Mercúrio enquanto tomavam um refresco. Ou então sorrido tanto em Vênus junto aos outros que o brilho em seus olhos e sorrisos chegaram a fazer daquele planeta o mais brilhante, o que se vê na noite. Descoberto e almejado descobrir muitas coisas em Júpiter e ficado maravilhada ao cair da noite com 63 luas ao céu. Tentado conhecer todas as histórias dos personagens de William Shakespeare que dão nome as 27 luas de Urano, e passado metade de sua vida no Sol e a outra na escuridão, já que Urano leva 84 dias para realizar a translação. E assim como todos os planetas, ela também tem girado em torno do Sol, pulando de planeta em planeta, em cada um com uma missão.

Habitantes Mágicos/ Habitants Magiques

Um mundo mágico não existe sem habitantes mágicos, gratidão à todos vocês que tem vindo ocupar as casas da vila. Com amor, convide seus amigos para fazer uma visita, quem sabe resolvem morar nas redondezas. <3

Bienvenue aux rêveurs

 Era uma vez uma garota, uma garota sonhadora cheia de ideias em sua mente. Uma ideia é essa. Ela acredita em um mundo encantado. No entanto ela sabe que neste mundo muitas coisas más acontecem, isso já mostram os programas de televisão; sendo assim, ela quer mostrar outra visão, mostrar-lhe quão lindo esse mundo pode ser. Através das fotografias, palavras, boas notícias, artes e o que o vento traz. Todos que se achegam, voam por horas e se deliciam a tomarem chá sobre as nuvens, esquentando suas almas sonhadoras. Bem-vindo!
Olá criaturinha mágica,
                              bem-vindo a esse novo mundo! Será que já me conhece? Bem, sou Bela. Prazer em lhe conhecer. Quero que antes de me apresentar a ti, diga me sobre você, pense sobre você, quem é você?






 Deixei certo espaço mas não há espaço suficiente que se possa preencher sobre ti, ou sobre outro, ou sobre qualquer um. Somos infinitos, com sentimentos mágicos infinitos. Quando pensar que seu pó de pirlimpimpim acabou, eis que surge logo um sentimento mágico no interior do seu mais profundo eu.
 Será agora o momento para minha apresentação? Como de costume já iria começar pela palavra "Bem", pois é sempre ela que me vem a mente nessas ocasiões. Talvez devido ao seu real significado, no dicionário das fadas a palavra bem tem tal significado:
  1. 1.
    aquilo que ocasiona as condições ideais ao equilíbrio, à manutenção, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma coletividade.
  2. 2.
    ét conjunto de princípios fundamentais propícios ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento moral, quer dos indivíduos, quer da comunidade.

Acredito com energia na bondade, na gentileza e na gratidão. Pequenos sentimentos que vão colorindo o mundo.
                 Já estão colorindo.

Se deixe levar pela cor...